Ao montar uma carteira sólida, com bom potencial de retorno e controle de riscos, a diversificação é uma das estratégias mais recomendadas. E, nesse contexto, os fundos multimercado se destacam como peças-chave, justamente por sua versatilidade.

Mas, afinal, qual é o papel real desses fundos em uma carteira diversificada?
Eles servem como proteção? Como motor de performance? Ou ambos?

O que são fundos multimercado?

Os fundos multimercado são veículos de investimento coletivo que atuam em diversas classes de ativos, como renda fixa, ações, câmbio e derivativos. A grande vantagem desses fundos está na flexibilidade do gestor para alocar o capital entre diferentes mercados, buscando as melhores oportunidades conforme o cenário econômico.

Em vez de seguir uma única estratégia, o gestor pode alternar entre posições defensivas e ofensivas, ou até combiná-las em diferentes proporções. Isso torna os multimercados uma alternativa interessante tanto para reduzir a volatilidade quanto para impulsionar os retornos da carteira.

É importante lembrar que nem todo fundo multimercado é igual. Existem perfis conservadores, moderados e agressivos, cada um com composições distintas e objetivos de risco/retorno diferentes. Algumas estratégias são quantitativas ou sistemáticas, outras se baseiam em leitura macroeconômica ou arbitragem de mercado. Há também os fundos long & short, multimercados livres e os chamados “macro”, que operam com base na visão do gestor sobre juros, inflação e atividade econômica.

Essa diversidade permite que os multimercados funcionem como um verdadeiro meio de campo na carteira, equilibrando a previsibilidade da renda fixa com a volatilidade da renda variável.

Correlação com outros ativos

Um dos principais motivos para incluir fundos multimercado na carteira é sua baixa correlação com ativos tradicionais. Em muitos casos, seu comportamento não segue diretamente os ciclos da bolsa ou da renda fixa, o que ajuda a diluir o risco total da carteira.

Por exemplo: enquanto as ações sofrem em momentos de aversão ao risco, e os títulos públicos perdem valor com a alta dos juros, um fundo multimercado bem gerido pode proteger capital ou até gerar alfa com estratégias descorrelacionadas — como posições vendidas, exposição a moedas ou uso de derivativos.

Esse efeito de descorrelação faz dos multimercados uma excelente ferramenta de diversificação real: mais do que apenas dividir entre ativos, trata-se de investir em produtos que reagem de maneira diferente em cenários adversos.

Qual o objetivo do investimento?

Ao incluir fundos multimercado na carteira, a pergunta mais importante é:
Qual o objetivo dessa alocação?

O foco é preservar capital ou buscar retorno acima da média?

A resposta vai depender do perfil do fundo e do papel que ele deve cumprir dentro do portfólio.

Como incluir multimercados na sua carteira?

A decisão deve levar em conta seu perfil de risco, horizonte de investimento e objetivos financeiros.

Não se trata de escolher o fundo com melhor rentabilidade recente, mas sim de entender a estratégia por trás da performance, sua volatilidade esperada, histórico de consistência e alinhamento com sua carteira atual.

Conclusão

Os fundos multimercado são uma ferramenta poderosa dentro de uma carteira diversificada. Quando bem escolhidos e posicionados estrategicamente, podem atuar como amortecedores de risco ou aceleradores de performance.

Tudo depende da sua estratégia — e do papel que você quer que eles desempenhem.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Olá! Preencha os campos abaixo para iniciar a conversa no WhatsApp

Ao preencher o formulário, você está ciente que a Dom Capital poderá enviar, de tempos em tempos, comunicações e conteúdos conforme os seus interesses. Você pode modificar as suas permissões a qualquer tempo. Para mais informações sobre alterações de preferências e nossas práticas para respeitar a sua privacidade, confira a nossa Política de Privacidade.